Reprise de saudade

Os nossos diálogos? Como eu os amava, que falta fazem.
[…]
- Bom dia prin. Emoticon heart
- Bom dia meu prin, dormiu bem? Mais emoticons vermelhos, sem ser o pulsante, detesto.
- Sim, como você tá?
- Bem. Eu te amo muito, não esquece.
Amava dizer o quanto o amo, meu maior medo era que ele esquecesse a dimensão desse amor, ou até mesmo duvidasse.

06h57am
- Vou pra escola, eu te amo. Emoticon heart
- Boa aula, vai com Deus. Eu te amo
As horas passam e a saudade bate, sim, saudade da conversa. Como é bom trocar um torpedo com que amamos, que sensação maravilhosa, quem não tem?
A distração se aproximava, mas vira e mexe eu me lembrava dele. Que incrível amar e ter alguém.
Por volta do meio-dia, ao prolongar de alguns minutos, ouvia o som da notificação dele… Meu coração já pulsava mais forte, como se fosse a primeira mensagem que ele mandara.
Ele havia chegado, mas já tinha que partir pra segunda etapa do seu dia, onde eu mais sentia a sua falta.
Sempre me prometia que quando retornasse, iria tomar banho e vir me ver. Era o que eu mais gostava no meu dia, vê-lo.
18h50pm
- Vou tomar banho e ir ai. Emoticon heart
- Tá bom, cuidado!
Alguns minutos depois, ao abrir a porta da minha casa, meu coração transbordava de amor ao ver aquele sorriso de orelha a orelha. Mesmo sabendo que ele estava cansado, ele havia tirado um momento do seu dia pra dedicar a mim. Eu amava esse momento.
- Guarda a bike, vamos entrar.
- Abre o portão aí.
Quando eu abria, nós entrávamos e bem aqui, no sofá do canto esquerdo da porta de entrada, nós sentávamos.
Ele tinha o costume de me presentear com um beijo prolongado, intenso. Sempre soltava um “que saudade de você”. Ele deitava no meu colo e eu fazia cafuné no seu cabelo por alguns minutos. Ele me apertava forte…
Ele levantava do meu colo e me dava mais um beijo intenso. Logo em seguida, abria seu snapchat e fazíamos inúmeras fotos. As tenho até hoje.
Ás vezes íamos à cozinha aprontar alguma. Ele jogava uvas no teto e a gravidade tomava conta de trazê-la de volta para sua boca. Eu caia na risada.
Um dia fomos tentar fazer um suco para acompanhar o brigadeiro que ele havia comprado. Não deu muito certo.
Quando estávamos lado a lado, 3 horas viravam 0,5 segundo. Eu não entendia o problema que o relógio tinha com a nossa felicidade. Chegava a hora de ir embora, eu não gostava muito, mas ele sempre tornava especial.
- Tenho que ir, vem cá me dar um beijo.
- Me abraça, eu te amo.
Abria o portão e ele tirava a bike, encostava no muro e ia dar o abraço que eu havia pedido.
Era um abraço de urso que só ele tem, mais ninguém. Era demorado, caloroso, bom. Eu amava ouvir o “boa noite” dele no meu ouvido, como eu amava.
Um dia, me surpreendi tanto com as coisas que ele havia me dito, que juntos, choramos.
Caramba Gabriel, por quê?
Ele me fazia transbordar amor, tanto amor que eu não sabia mais como segurar. Eu amava esse amor.
Enquanto ele olhava fixamente nos meus olhos, passava a mão entre meu rosto e meus cabelos. Ele me olhava com um brilho nos olhos, o qual eu jamais vi. E que olhos né?
Ele me abraçava mais uma vez, com mais intensidade. Um “eu te amo, até amanhã”, soava dos seus lábios e eu respondia.
Isso se repetia todas as noites e que delícia. Eu amava ver aquele sorriso chegando e sentir aquele abraço de despedida, sabendo que no outro dia iria se repetir outra vez.
Não via a hora que ele chegasse em casa pra eu ficar tranquila.
Conversávamos por mais algumas horas e íamos dormir, na certeza de que, no outro dia, tudo ia se repetir outra vez. Rotina? Muitos odeiam, ele também passou a odiar depois de um tempo, mas a “nossa” rotina eu sempre amei.
Essa rotina poderia estar se repetindo agora, e estaríamos quase no abraço de despedida.
Olha, só sei sentir saudades. Saudades de tudo, saudades de você.
Hoje eu fico aqui, relembrando dos nossos momentos clichês e continuo sentindo saudades. Como eu o amo…

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