Necessário parar

Decidi te deixar e desistir de nós quando percebi que minha saúde mental estava se abalando aos poucos.
Sempre prezei estar de bem comigo mesma e com minha cabeça. Livre de pensamentos ruins e com a paz reinando no meu coração.
Digamos que, você me proporcionava bem na mesma intensidade em que me fazia mal. E isso estava sendo ruim a partir do momento em que o mal estava se sobressaindo. Eu nunca hesitei em te procurar. Em te dar valor. Mas quando vi que estava nadando contra a correnteza, senti a necessidade de parar. Parei porque já não aguentava a dor que você estava causando. Doía em já te ver com outras pessoas e novos amores. Não era mais eu e isso feria a cada piscar de olhos. Tentei mudar a todo custo. Te liguei, mas você não quis atender. Mandei inúmeras mensagens e elas permanecem aqui sem terem sido respondidas. Ficava me culpando por não saber te amar. Eu me culpei ainda por não ter cuidado de você da forma que deveria. Eu me culpava pelas grosserias que falei e das vezes que fui ciumenta demais. Estava me autodestruindo por sua causa. Loucura, não?
Eu achava que tudo que havia feito ainda não tinha sido o suficiente pra que pudéssemos durar para sempre. (Sempre esqueço que o "para sempre" um dia acaba, sou tola demais). Condenava-me por não ter te abraçado mais vezes e mais ainda, ter dito mais que te amava. Todos os pontos que conto, somam a sua perca.
A ficha caiu tarde demais. Você já estava vivendo há muito tempo sem mim e, foi aí que decidi parar.
Já estava imersa em solidão quando notei que você nem notava mais minha existência. Demorei muito. Me afetei demais e por muito tempo. Já não sabia mais comandar minha mente. Estava deprimida e com a cabeça cheia de ideias más. Cansada de sentir insônia. Ela vinha quando eu nem conseguia mais assimilar o que estava acontecendo.
As noites passavam e parecia que os ponteiros do relógio congelavam quando eu ficava pensando inúmeras coisas. Era horrível e medonho.
Eu sentia medo de sair na rua e ter a possibilidade de te encontrar. Eu não fazia ideia de como poderia reagir. Eu também tinha medo de dormir e sonhar contigo ou com alguns dos nossos momentos. Fiquei tempos sem visitar certos lugares por receio de virem turbilhões de lembranças nossas. Comecei a ter medo do que eu estava me transformando. Eu nem sabia mais o que fazer, mas de uma certeza eu tinha: eu necessitava parar.
Eu sentava na varanda, a mesma onde passávamos as noites, e tentava entender como e o que deveria ser feito para que pudesse me libertar de tudo isso. Nem que te apagasse de todas as redes e esquecesse seu número de telefone, ainda sim, ficavam resquícios seus. Que droga. Qual seria o meu problema? Aprendi que, tudo poderia ser mudado através da minha força de vontade. Além de ter me feito feliz, você me feriu. E isso poderia ser usado em minha defesa. Lembrava-me das vezes que você não me dava satisfações e eu me martirizei por noites tentando te encontrar. Quando você tinha necessidade de esfregar nos meus olhos que existiam pessoas muito melhores que eu. Que talvez, eu não fosse o suficiente para você. Quantas coisas me rodeavam e me empurravam para o penhasco do esquecimento. Quis parar quando te olhei depois de um tempo e não enxerguei a pessoa que encontrei e amei um dia. Você já era outro. Só não mudou o nome. Por isso eu quis, e consegui parar. Foi para o meu próprio bem.

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