Uma vida, inúmeras histórias.
Esses dias me peguei observando os rostos das pessoas e tentando traduzir os
sentimentos que elas traziam consigo. É o “boa noite” cansado do motorista, que
não sabe quantos minutos faltam para completar aquela viagem. A jovem que
passou do ponto na volta da faculdade, sem saber o que pesava mais: a mochila
repleta de livros ou as cobranças dos pais que querem que ela seja aquilo que ela
não é. A mãe que acorda em cada curva que o ônibus faz e aproveita para observar
se ainda está sendo capaz de segurar o filho e as sacolas ao mesmo tempo. É ver
aquele homem com o semblante cansativo depois de um longo dia de trabalho e
pensando como fazer para tentar driblar o sistema que corrói o homem. A moça
com os olhos fixos na tela do celular e o sorriso ao ouvir que chegou uma
notificação nova (alguém deve estar fazendo-a feliz). Os múltiplos olhares voltados
para a janela de quase todos os passageiros ao ver um morador de rua. Mas será
que eles sabem os motivos de ele estar ali? O temor e o medo da mulher que
desceu sozinha em uma rua com pouca iluminação traduzem a triste realidade da
insegurança nas cidades. A indignação e vergonha nítidas no balançar da cabeça do
senhor que não pôde sentar-se por tamanha falta de educação e gentileza das
pessoas. É incrível como os olhares e os pesos das pálpebras podem nos dizer o
que palavras não seriam capazes.
O ser humano é egoísta demais ao ponto de achar que é capaz de julgar o que o
outro é. Será que ele sabe tudo o que passa por trás de cada pessoa? De cada
coração? Será que ele sabe a dor que o outro traz e as mágoas que tenta deixar
pra lá? Será que ele reconhece que, cada pessoa traz consigo uma história
diferente? Ou melhor, várias histórias?
quando fico triste eu não choro, eu derramo. quando fico feliz eu não sorrio, eu brilho. quando fico com raiva eu não grito, eu ardo. a vantagem de sentir os extremos é que quando eu amo, eu dou asas. a intensidade me consome (um dia me perguntaram quem eu sou. “isso é complexo”, respondi. eu posso ser várias coisas, e posso ser ninguém, depende da pessoa. o correto seria, o que você consegue conquistar de mim?)
Ao redor
Me chamo Vitória Dantas, tenho 18 anos, e sou estudante de Jornalismo. Navegando em devaneios da escrita, vou transmitindo em palavras o que atitudes não conseguem decifrar.
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